2019-06-14

Biografia de Agustina já em segunda edição

«O Poço e a Estrada», de Isabel Rio Novo, tem conquistado muitos leitores desde que foi publicado, em finais de fevereiro

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Uma obra que concilia “imaginação e rigor”, nas palavras do escritor e académico Álvaro Manuel Machado, “que faz justiça à prodigiosa obra de Agustina Bessa-Luís”, segundo Inês Pedrosa, ou que, na opinião de Lídia Jorge, equilibra “a busca da verdade histórica com a paixão pela figura biografada” de forma “perfeita. Está a caminho das livrarias a segunda edição de O Poço e a Estrada – Biografia de Agustina Bessa-Luís, da autoria de Isabel Rio Novo e publicado pela Contraponto. Esta segunda edição não contempla alterações de fundo no corpo do texto, ainda que gralhas, pequenos erros factuais e omissões, entretanto descobertos, tenham sido naturalmente corrigidos. Foi também feita a indexação das notas finais e incluída a bibliografia de Agustina Bessa-Luís, em resposta a pedidos e sugestões feitos por alguns leitores, a que o editor e a autora foram sensíveis. 

O Poço e a Estrada, que dá a conhecer uma Agustina ainda mais interventiva e inesperada, e em alguns pontos ainda mais controversa, é o primeiro livro da coleção de Biografias de Grandes Figuras da Cultura Portuguesa Contemporânea, da Contraponto. As restantes cinco biografias estão à responsabilidade de Filipa Melo, que vai escrever a biografia da fadista Amália Rodrigues (1920-1999), Bruno Vieira Amaral a do escritor José Cardoso Pires (1925-1998), João Pedro George a do poeta Herberto Helder (1930-2015), Paulo José Miranda a do cineasta Manoel de Oliveira (1908-2015), a segunda a ser publicada, já em setembro de 2019, e Filipa Martins a da poetisa Natália Correia (1923-1993). 

«Mas tenho uma história, e que história. […] Ninguém a conhece.» Era com estas palavras enigmáticas que, aos setenta anos, muito perto da viragem do século, Agustina Bessa-Luís perspetivava a sua existência. Já nessa altura contava com mais de cinquenta títulos, entre romances, contos, biografias, peças de teatro, ensaios, livros para a infância e de memórias, dialogando com a História, com a sociedade que a rodeava, com outros escritores, com outros artistas. 

Desde cedo, Agustina revelou ter consciência de que não era uma pessoa convencional. Não foi uma criança comum. Não casou nas circunstâncias que se esperariam de uma rapariga da sua condição social. Não foi a típica esposa e mãe burguesas. Não foi a apoiante política esperada. Nunca se afirmou feminista, mas a sua história de vida foi mais radical e corajosa do que a de muitas feministas convictas. E, como escritora, raros são os que têm dúvidas em apontá-la como uma das mais geniais e complexas personalidades da literatura em língua portuguesa. 

Através de uma pesquisa extensiva e rigorosa, baseada em dezenas de entrevistas, testemunhos, documentários, registos oficiais e textos epistolares, estabelecendo pontes constantes com a obra literária de Agustina, Isabel Rio Novo, uma das mais talentosas romancistas portuguesas da atualidade, reconstitui o percurso de vida de uma figura ímpar da nossa cultura contemporânea, numa biografia que se lê como um romance. 



Quando a entrega à literatura é tão intensa como em Agustina – a grande -, só uma mestria como a de Isabel Novo estaria à altura de ler a vida nas próprias linhas de quem sobre ela tão claro escreveu. 


Álvaro Domingues 


Isabel Rio Novo dá-nos, com esta nova biografia de Agustina, uma imagem plena da escritora, da sua genial criatividade literária e também da sua original personalidade. Conciliando imaginação e rigor, termina o seu notável trabalho de biógrafa sabendo que, como Agustina disse, “o que resta é sempre o princípio feliz de alguma coisa”. 

Álvaro Manuel Machado 



Uma biografia que faz justiça à prodigiosa obra de Agustina Bessa-Luís e à sua personalidade livre, generosa, indomável. 

Inês Pedrosa 



Sem dúvida que a figura de Agustina Bessa-Luís dará matéria para muitas biografias futuras. Mas duvido que alguma delas possa vir a equilibrar, de forma tão perfeita, a busca da verdade histórica com a paixão pela figura biografada, como o conseguiu fazer Isabel Rio Novo. 

Lídia Jorge 



O Poço e a Estrada acompanha a par e passo, envolvendo-a numa escrita lírica, a vida familiar, social, existencial e literária de Agustina, com evidente predomínio desta última. 

Miguel Real 



Sem deixar de ser a escritora que tanto admiro, Isabel Rio Novo tece uma narrativa de confluências e diversidade de vozes que respiram Agustina por todos os poros: uma belíssima polifonia que convoca, inclusivamente, a voz acesa do leitor.
 

Rosa Alice Branco