Para Sara Crispim, psicóloga clínica especializada em ansiedade e com pacientes em mais de 20 países, a ansiedade «é a verdadeira pandemia do século XXI». A verdade é que os números são impressionantes: de acordo com os dados recolhidos em 2019 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), das quase mil milhões de pessoas que sofrem de problemas relacionados com a saúde mental, 31% têm sintomas associados à ansiedade. Em Portugal, um estudo realizado em 2020 concluiu que 27% da população apresentava sintomas de ansiedade moderada e grave.
Apesar da dimensão do problema, ainda existe um grande desconhecimento em relação aos vários sintomas ansiogénicos.
Em A Ansiedade não Manda em Mim!, que vai ser publicado a 12 de outubro pela Contraponto, Sara Crispim «desmascara» as várias manifestações da ansiedade, partilhando ferramentas e estratégias para cada um assumir o controlo das suas emoções e decisões. Além dos ataques de pânico e dos sintomas físicos, a autora explica como a procrastinação, a fome emocional, a necessidade de controlo, o sentimento de culpa e a autossabotagem também são sintomas ansiogénicos.
Sugerindo pequenas mudanças («hábitos antiansiedade»), que têm grandes resultados, Sara Crispim reforça a importância de «ir à raiz» e compreender o que gera a ansiedade, promovendo vários exercícios práticos para aliviar e controlar os sintomas. A psicóloga propõe ainda um «plano detox para a ansiedade», com estratégicas para recuperar o controlo das decisões e da vida, como dizer «não» ao que não serve ou praticar a autocompaixão
«Imagino muitas vezes a ansiedade como uma tempestade em que os pensamentos automáticos negativos são o relâmpago e os sintomas físicos, o trovão. No entanto, estes dois gigantes não são as únicas manifestações de ansiedade. A nossa ansiedade anda muitas vezes mascarada e está presente em muitos comportamentos que adotamos no nosso dia a dia.»